quarta-feira, março 30, 2011

 

Solidão e Doença


Para seres sociais, como nós, ter uma companhia é algo mais do que um desejo: é uma necessidade, fundamental para o nosso bem-estar. Curiosamente, essa necessidade não se dá tanto pela possibilidade de recebermos afeto efetivamente, e sim por sabermos que os outros estão lá, disponíveis e ao nosso alcance, mesmo que seja apenas para nos ouvir e oferecer um ombro amigo em tempos difíceis. Por isso, o isolamento prolongado costuma provocar sofrimento psíquico - e faz o corpo adoecer.

Estudos revelam que pessoas que cultivam relacionamentos conjugais harmoniosos e/ou têm amigos íntimos, adoecem menos e vivem mais do que as que têm poucos relacionamentos afetivos. O impacto positivo direto dos relacionamentos sobre o bem-estar pode estar na regulação da resposta ao stress crônico. Se considerarmos que o próprio isolamento é para o cérebro uma fonte de stress, fica fácil entender por que as pessoas socialmente isoladas têm o sistema nervoso simpático - aquele que dispara a resposta do stress - cronicamente hiperativo. Como a resposta crônica e intensa a vivências estressantes provoca hipertensão e leva à formação de placas nas artérias, essas pessoas têm de duas a cinco vezes mais riscos de sofrer de doenças cardíacas. No que talvez seja a descoberta da neurociência de maior impacto social da década, hoje sabemos como o contato social, na forma de abraços, beijos e carinhos, garante ao cérebro que você não está sozinho no mundo.

Fonte: Revista Mente&Cérebro, Edição Especial No. 19, da revista Scientific American. www.mentecerebro.com.br

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