terça-feira, fevereiro 07, 2006

 

Usos da Urina


Passamos nove meses no útero materno flutuando (em gravidade zero) no líquido amniótico, que consiste basicamente de urina. Os bebês recém-nascidos possuem, em geral, uma pele muito bonita e uniforme. Talvez devido a essas duas constatações, pesquisadores desenvolveram muitos cremes para melhorar a condição da pele de adultos (cútis) usando como matéria prima básica a urina. Esta é a situação que temos na atualidade.

Existe vasta literatura [1],[2],[3] que detalha o uso medicinal da ingestão oral da própria urina. Este uso é conhecido como Urinoterapia e diz-se que ajuda a curar todas as doenças do corpo, até câncer. Quem cursou Engenharia Elétrica conhece uma técnica empregada freqüentemente em circuitos eletrônicos, chamada de feedback (realimentação): consiste em retirar-se uma amostra do sinal de saída do circuito e injetá-lo na entrada desse mesmo circuito, o que altera as características de funcionamento (para atingir um novo desempenho desejado) do circuito considerado. Com a urinoterapia ocorre algo semelhante, onde a realimentação, ao invés de ser elétrica, é química: a urina que sai do circuito (seu corpo) é realimentada na sua entrada (sua boca), para obter a alteração desejada do comportamento do corpo (seu funcionamento saudável).

A urina ingerida não é exatamente um medicamento, mas sim uma informação, que especifica os desequilíbrios presentes no organismo. Quando essa informação contida na urina passa pela boca e pela garganta, ela ativa certos receptores sensoriais que, por sua vez, estimulam o sistema imunológico para ele corrigir os desequilíbrios assinalados. Em várias experiências, constatou-se que quando a urina era introduzida diretamente no estômago da pessoa, por uma sonda gástrica, não se tinha os mesmos efeitos que a urina bebida [1].

O interessante da urinoterapia é que ela é grátis e, portanto, disponível a todas as pessoas de baixa renda, que costumam congestionar os locais governamentais de tratamento de doenças [eufemisticamente chamados de Centros de Saúde].

Convém notar que a urina é uma parte filtrada do sangue da pessoa. Portanto, é um líquido muito pouco tóxico: sua toxicidade é diretamente proporcional à toxicidade do sangue da pessoa considerada, que nunca é muito elevada (caso contrário, a pessoa estaria morta por envenenamento de seu sangue). Quem já passou vários dias comendo apenas frutas, já constatou que a urina, neste caso, torna-se incolor, inodora e sem sabor, as características de uma água pura. Já em casos de pessoas com alimentação comum, a urina apresenta-se com cor (usualmente amarelada) e tem cheiro e sabor desagradáveis (características vindas do sangue). Verifica-se, portanto, que a realimentação será variável, conforme a situação física (de saúde ou doença) da pessoa. Em situação de vítimas presas em escombros de terremotos, a urinoterapia poderá manter a pessoa viva por um período mais longo, podendo proporcionar tempo suficiente para ela ser salva com vida.

Abraço, Rui.


Referências:
[1] Christian Tal Schaller e Johanne Razanamahay, Água da Vida: Urinoterapia - Você é o seu melhor médico, Editora Madras.
[2] Tikumagawa Hiroshi, Cura-te a Ti Mesmo: Terapia Real, Editora Madras, 1998.
[3] Christian Tal Schaller, Ludmilla de Bardo, Johanne Razanamahay, Françoise Schaller-Nitelet e Kiran Vyas, Urinoterapia: Xixi, O Meio de Saúde Mais Extraordinário que Existe, Editora Madras, 1999.

Para saber mais:
1. http://alimentacaoviva.blogspot.com/2008/04/urinoterapia.html

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Comments:
Rui gostaria que me detalhasse esse feedback que acontece na corrente elétrica para poder fazer uma analogia com a UT.
 
Bem, o feedback (a realimentação) da corrente ou tensão elétrica da saída para a entrada de um circuito elétrico/eletrônico é um assunto especializado ensinado em cursos superiores de engenharia elétrica. Portanto, não cabe aqui um detalhamento deste processo. Poderia apenas acrescentar que o efeito resultante da realimentação depende da amplitude (quantidade de urina, no caso da urinoterapia) e da fase do sinal realimentado, que é jogado na entrada do circuito, junto do sinal de entrada.

No texto não comentei isto: considero a urinoterapia algo semelhante à vacinação. Portanto, é uma "muleta" temporária para corrigir algum problema orgânico; a cura definitiva de qualquer doença requer sempre a mudança do hábito patológico que deu origem à doença.

Abraço, Rui.
 
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